domingo, 1 de outubro de 2017

Opinião: Ratos e Homens, de John Steinbeck


Publicado em 1937, "Ratos e Homens" conta a história de dois pobres diabos, George e Lennie, que vivem de trabalhos episódicos e sonham com uma vida tranquila, com a hipótese de arranjar uma quinta em que possam dedicar-se à criação de coelhos. George é quem lidera, é aquele que toma as decisões e protege o seu amigo, sem no entanto deixar de depender da amizade e da força de Lennie. Este é um gigante simpático, dotado de um físico excepcional, mas mentalmente retardado. E ambos acabam por envolver-se em mil e uma complicações, quando, no rancho onde finalmente encontram trabalho, a mulher do patrão entra em cena... Adaptado ao teatro, e várias vezes ao cinema, "Ratos e Homens", que na verdade constitui uma fábula sobre a amizade e o sonho americano, é uma obra-prima da literatura realista, e um dos mais importantes romances de John Steinbeck, servido em português pela notável tradução do escritor Erico Veríssimo.

Opinião
Foi o meu contacto com a escrita do autor e a mesma surpreendeu-me por ser acessível e fluída. Com as suas descrições o autor transporta-nos para dentro da história facilmente, sendo para mim estes pontos muito importantes para gostar e avançar na leitura.
Conhecemos George e Lennie que andam a procura de trabalho em herdades sendo que  é assim que sobrevivem. Lennie é bastante corpulento e forte mas é mentalmente retardado o que faz dele uma criança grande basicamente, sem maldade alguma e que gosta de ratos, coelhos e do seu companheiro George. George toma conta de Lennie desde que a sua tia morreu pois como ele não tinha mais família sentiu que era seu dever cuidar dele senão ele ficaria na rua ou num hospicio.
O sonho de George é juntar dinheiro para ter a sua casa e horta mas não consegue por causa de Lennie que ingenuamente se mete sempre em sarilhos em todos os trabalhos que arranjam. Neste ponto sabemos do conflito interior de George sobre se deve separar-se de Lennie para conseguir mudar de vida mas fica com esse peso na consciência, ou continuam os dois juntos até ao fim.
Na herdade onde vão trabalhar conhecemos outros como eles, com quem simpatizamos, e também Curley que é filho do patrão e a mulher deste. Além de Curley arranjar desculpas para poder andar à pancada com os empregados do pai, a sua mulher atira-se a todos eles provocando ciúmes no marido. Vemos logo aqui que estes dois vão trazer sarilhos para os protagonistas e fica-se logo com a sensação que algo vai correr mal.
A partir daqui vão decorrer algumas peripécias mas não queria entrar em spoilers.

Foi uma excelente leitura e e um livro que nos marca e nos faz refletir sobre as consequências das nossas acções, sobre mesquinhez humana. Como são as acções de um indivíduo quando este está sozinho perante uma situação e como quando está num grupo passamos a ter uma consciência colectiva.
O próprio titulo tem vários significados de acordo com a situação do livro em que pensamos.

Recomendo muito a leitura desta obra.


Fiquei com vontade de ler mais do autor e adoro esta edição da Bertrand.


2 comentários:

  1. este foi o primeiro livro que li do autor, há já vários anos. que murro no estômago. é um livro brilhante e essencial.

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  2. É um murro no estômago, e que murro. Tive imensa dificuldade em fazer esta opinião e mesmo assim não faz minimamente jus ao livro

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